CAMPO MAIOR

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morada e contactos:
Câmara Municipal de Campo Maior
Praça da República, Apartado 55
7370-999 | Campo Maior
tel. 268 680 300
www.cm-campo-maior.pt
geral@cm-campo-maior.pt

área:
247,2 km²
população:
8 456 hab. (2011)
densidade populacional:
34,21 hab./km²

presidente:
Ricardo Miguel Furtado Pinheiro

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Origem do nome: A lenda diz que a povoação foi fundada por vários chefes de família que viviam dispersos no campo e resolveram agrupar-se para uma maior protecção. Descobrindo um espaço aberto, um diz para os outros: “Aqui o campo é maior”. Vestígios de proveniência diversa permitem concluir que o actual território do concelho de Campo Maior foi habitado desde a época Pré-Histórica.
Certamente foi uma Povoação Romana, dominada por Mouros durante meio milénio e conquistada por cavaleiros cristãos da família Pérez de Badajoz em 1219, que posteriormente ofereceram a aldeia pertencente ao concelho de Badajoz à Igreja de Santa Maria do Castelo.
Em 31 de Maio de 1255, D. Afonso X, rei de Leão, eleva-a a Vila.
O Senhor da Vila, o Bispo D. Frei Pedro Pérez concede, em 1260, o primeiro foral aos seus moradores assim como o seguinte brasão de armas : N. Sr.ª com um cordeiro, e a legenda “Sigillum Capituli Pacensis”.
Em 31 de Maio de 1297, através do Tratado de Paz de Alcanizes assinado em Castela por D. Fernando IV, rei de Leão e Castela e D. Dinis, passa a fazer parte de Portugal, juntamente com Olivença e Ouguela.
Campo Maior vai pertencer sucessivamente a D. Branca, irmã de D. Dinis, em 1301 ; a D. Afonso Sanches, filho ilegítimo do mesmo rei, em 1312 ; e novamente ao rei D. Dinis em 1318.
O seu castelo que se ergue a leste da vila foi reedificado por D. Dinis em 1310, e foi no século XVII e XVIII que se levantaram fortificações tornando Campo Maior numa importante praça forte de Portugal.
Como reflexo da influência castelhana em Campo Maior, durante a Revolução de 1383-85, a guarnição militar e os habitantes da vila colocam-se ao lado do rei de Castela, tornando-se necessário que o Rei D. João I de Portugal e D. Nuno Álvares Pereira se desloquem propositadamente ao Alentejo com os seus exércitos para a cercarem durante mais de um mês e meio e ocuparem pela força, em fins de 1388.
D. João II deu-lhe novo brasão: um escudo branco, tendo as armas de Portugal de um lado, e de outro S. João Baptista, patrono da vila.
Em 1512, o rei D. Manuel I concede foral à vila de Campo Maior.
Desde os fins do Século XV, muitos dos perseguidos pela Inquisição em Castela refugiam-se em Portugal. A população de Campo Maior vai aumentar substancialmente à custa da fixação de residência de muitos desses foragidos.
A comunidade judaica ou rotulada como tal era tão numerosa na vila no Século XVI que nas listas dos apresentados em autos de fé realizados em Évora pela Inquisição, Campo Maior aparece entre as terras do Alentejo com maior número de acusados de judaísmo.
A guerra com Castela a partir de 1640 vai produzir as primeiras grandes transformações. A necessidade de fortificar a vila que durante os três últimos séculos se desenvolvera acentuadamente para fora da cerca medieval, a urgência em construir uma nova cintura amuralhada para defesa dos moradores da vila nova dos ataques dos exércitos castelhanos, vai obrigar o rei a enviar quantias avultadas em dinheiro, engenheiros militares, operários especializados e empregar um numeroso contingente de pessoal não qualificado. Os contingentes militares são então numerosos. Calcula-se que na Segunda metade do Século XVII, em cada quatro pessoas residentes na vila, uma era militar. Campo Maior foi, durante algum tempo quartel principal das tropas mercenárias holandesas destacadas para o Alentejo. A vila torna-se naquele tempo o mais importante centro militar do Alentejo, depois de Elvas.
Em 1712, o Castelo de Campo Maior vê-se cercado por um grande exército espanhol comandado pelo Marquês de Bay, o qual durante 36 dias lança sobre a vila toneladas de bombas e metralha, tendo conseguido abrir uma brecha num dos baluartes; o invasor ao pretender entrar por aí, sofre pesadas baixas que o obrigam a levantar o cerco.
No dia 16 de Setembro de 1732, pelas três da manhã, desencadeia uma violenta trovoada, o paiol, contendo 6000 arrobas de pólvora e 5000 munições, situado na torre grande do castelo é atingido por um raio, desencadeando de imediato uma violenta explosão e um incêndio que arrastou consigo cerca de dois terços da população.
D. João V determina a rápida reconstrução do castelo. A vila vai erguer-se lentamente das ruínas e aos poucos refazer-se para voltar a ocupar o lugar de primeira linha nos momentos de guerra e de local de trocas comerciais e relacionamento pacífico com os povos vizinhos de Espanha, nos tempos de paz.
No Século XVIII termina a construção das actuais Igrejas da Misericórdia e da Matriz, e lança-se a primeira pedra para a fundação da Igreja de S. João. A vila que até então só tivera uma freguesia urbana é dividida nas duas actuais, Nossa Senhora da Expectação e São João Baptista, em 1766.
Os primeiros anos do Século XIX são em Campo Maior de grande agitação. Um cerco, em 1801, pelos espanhóis e uma revolução local, em 1808, contra os franceses que então invadiram Portugal o comprovam.
A sublevação campomaiorense contra a ocupação napoleónica vai sair vitoriosa devido ao apoio do exército de Badajoz que permanece na vila durante cerca de três anos.
Em 1811 surge uma nova invasão francesa que fez um cerco cerrado durante um mês à vila, obrigando-a a capitular. Mas a sua resistência foi tal que deu tempo a que chegassem os reforços luso-britânicos sob o comando de Beresford, que põe os franceses em debandada, tendo então a vila ganho o título de Vila Leal e Valorosa, título este presente no actual brasão da vila.
As lutas entre liberais e absolutistas em Campo Maior são também acontecimentos assinaláveis.
A «cólera morbis» mata, em 1865, durante cerca de dois meses e meio, uma média de duas pessoas por dia.
Em 1867, tentam extinguir Campo Maior como sede de concelho, agregando-lhe Ouguela e anexando-o ao concelho de Elvas. Tal decisão provoca um levantamento colectivo da povoação, que em 13 de Dezembro, entre numa verdadeira greve geral.
O concelho é definitivamente acrescido da sua única freguesia rural, em 1926 – Nossa Senhora dos Degolados.

Vila da província do Alto Alentejo, do distrito de Portalegre, diocese de Évora, sede de Concelho. Dista 224 Km de Lisboa. É constituída por três freguesias, e ocupa uma área aproximada de 247 Km2.

A Vila de Campo Maior só começou a fazer parte do território Português no reinado de D. Dinis, após o tratado de Alcanises, assinado em Castela. Com uma população laboriosa de cerca de 8535 habitantes, é um importante centro agrícola. Possui um complexo industrial e a sua torrefacção de cafés é a maior da Península.

O belo Jardim Municipal confere à povoação um raro tom de frescura.
Uma lenda, que se mantém como tradição inalterável, diz que a povoação foi fundada por três chefes de família que viviam dispersos no campo e resolveram agrupar-se para uma maior protecção. Descobrindo um espaço aberto, um diz para os outros: “Aqui o campo é maior”. Daí o nome da povoação nascente.

Como recordação do facto construíram as armas da sua nova morada, que consiste nas três cabeças representando cada, um dos três chefes de família. Aliás, sobre a origem do nome da vila de Campo Maior fazem os antigos várias conjunturas poéticas. Uns, crendo que venha de “Campus Major”. Por se avistar o castelo para leste uma vasta planície com mais de cinquenta quilómetros de extensão e em tal caso o nome teria origem Romana.
Outros ainda crêem que a povoação começou nas proximidades da ermida de S. Pedro, (onde se encontram certos vestígios) e que as guerras, afastando-a do Campo Maior, a acercaram ao castelo.

É antiquíssima e ignora-se por quem foi fundada e até a sua primitiva denominação, porque até aos princípios do século XIII não se encontra noticia alguma referente á sua origem ou à sua história. Julga-se que a vila tivesse sido povoação Árabe, sendo conquistada por uma família de Badajoz de apelido Peres, que a tornou cristã e a doou à igreja de Santa Maria do Castelo, desta cidade, da qual era então bispo D. Fr. Pedro Peres, membro da referida família.

No tratado de paz entre Portugal e Castela, celebrado em 1297 no reinado de D. Dinis ficou decidido que, dali em diante, deixavam de ser castelhanas e ficavam pertencendo à coroa Portuguesa as vilas de Campo Maior, Ouguela e Olivença.

Dizem alguns escritores que este monarca lhe deu foral em 1309, e outros querem que fosse em 1299, elevando a povoação à categoria de vila.

Nossa Senhora da Graça de Degolados

Segundo reza a história, o surgimento do nome de Degolados está associado a um “Ribeiro de Degolados” (actualmente Ribeiro das Hortas).

As primeiras casas
A primeira casa a construir-se, calcula-se que tenha sido no início do século XVI (quando foi descoberto o Brasil “1500”); registos de 1538, dão conta da existência de um monte, que dava por seu nome “Herdade de Degolados”; em 1591 surge o primeiro aglomerado de casas e a consequente fixação de moradores. Começou a ser reconhecida instituição autónoma no século XVII pertencente então, ao concelho de Arronches.
Entre 1640-1668, passou por grandes obstáculos, a região do nordeste alentejano foi duramente castigada, em consequência da Guerra da Restauração; atingiu fortemente as vizinhas povoações amuralhadas e muito mais foram os danos nos pequenos lugares e herdades indefesas espalhadas pela área fronteiriça, como é o caso de Degolados.
Em 1700 reinicia-se um processo de crescimento. Em 1758 já existiam 42 fogos e cerca de 170-180 habitantes, sendo a maior parte dos residentes naturais de outras povoações. A partir desta data, fruto da necessidade de reparar as lavouras devastadas pela guerra, e a necessidade de repovoar a região fronteiriça abandonada por grande parte dos seus habitantes durante o conflito de quase trinta anos, famílias vindas de outras regiões do país (oriundas de Campo Maior, Ouguela, S. Vicente, Elvas, Arronches, Mosteiros, Fortios, Albuquerque, Castelo de Vide e inclusive pertencentes ao distrito de Castelo Branco e Viseu), fixaram-se em Degolados.
Indivíduos identificados como moradores de Degolados, com parte substancial a residir nas herdades situadas na área da freguesia, empregados nos trabalhos braçais da agricultura, a troco de míseros proveitos, nos grandes latifúndios. Os “ratinhos”, vindos das regiões da Beira Interior, vinham a título temporário para as actividades sazonais da agricultura (apanha da azeitona, ceifa do trigo), iam-se deixando ficar por cá até que ficavam definitivamente.
Degolados pertenceu ao concelho de Arronches, em Setembro de 1895 passou a fazer parte do concelho de Campo Maior, tendo passado novamente para o de Arronches em Janeiro de 1898, e finalmente mudou para o de Campo Maior a 6 de Dezembro de 1926.

A Exploração Mineira
Outro dos factos marcantes que evidenciaram esta povoação, foi a passagem dos “romanos”, nos primórdios do século XII, onde deixaram vestígios da sua passagem (pontes, pavimentos em mosaico, forno em olaria, entre outros). A sua passagem por estas zonas devia-se ao facto da procura de minas de cobre e ferro, que segundo provas ainda hoje visíveis, mostra que a zona de Degolados é rica neste potencial, temos como referência as “Minas da Tinoca” e “Monte Alto”. Degolados, já nesse tempo era ponto de referência para os romanos, que vindos de terras espanholas (Mérida), passavam por esta zona, utilizando uma via romana que ainda hoje é visível, que dá por seu nome a “Estrada do Alicerce”.
A exploração mineira nesta zona teve uma importância económica fundamental para Degolados, não só em termos de vencimentos como também gerou a criação de empregos. Foi lugar de trabalho e residência e fonte de subsistência de centenas de trabalhadores durante várias décadas.
Igreja de Nossa Srª da Graça dos Degolados e escola primária.

D. Manuel deu-lhe o foral novo, em Lisboa, a 16 de Setembro de 1512, incorporando-a então na coroa, com o privilégio de não sair dela.

Lendas e tradições acerca do nome Campo Maior

A origem do nome desta bonita e pitoresca terra alentejana está ligada a várias estórias lendárias que se contam de geração em geração.
Aliás, como se sabe, por fontes idóneas da própria História de Portugal, Campo Maior foi certamente uma Povoação Romana, mais tarde dominada pelos Mouros e, finalmente, conquistada pelos Perez de Badajoz, sendo então Bispo de Badajoz D. Frei Pedro Perez.
Somente depois da Paz estabelecida com o Tratado de Alcanizes (1297), Campo Maior veio a pertencer à Coroa Portuguesa, juntamente com Ouguela e Olivença ( a Saudosa). Mas, afinal, donde provém verdadeiramente o seu nome?
Eis duas das versões mais populares, que possuo nos meus arquivos e que me foram contadas pessoalmente pelos anciões da própria região.

A terra de Campo Maior

Diz-se, desde tempos de antanho, que no Reino de D. Diniz, quando aquelas Terras passaram para a posse de Portugal, o monarca mandou que edificassem um castelo, ali mesmo, para defender e dominar as fronteiras.
Assim um grupo de fidalgos, encarregados de escolher o local ideal, acabou por encontrar um vasto terreno, que lhes pareceu óptimo, sob todos os aspectos, para a construção do castelo.
E um dos Fidalgos exclamou mesmo, apontando à sua volta:
?-Vêde! Que maravilha! É o Campo Maior que existe nestas redondezas.
Não há outro mais adequado para o efeito. El-Rei optará pela nossa escolha!?
E assim aconteceu, de facto, tal como reza a lenda velhinha. D.Diniz mandou erguer ali um poderoso castelo e passou a chamar á Povoação ? A Terra de Campo Maior.

“Aui será o nosso Campo Maior”

Outra estória lendária, também muito divulgada entre os amigos, refere-se ao facto desta região ser vítima de muitos assaltos, pela parte dos Mouros, mesmo depois de conquistada pelos Cristãos.
Deste modo,as famílias existentes na região passavam terríveis provações de terror e, muitas vezes, sofriam sérios dolorosos e fatais ataques. Resolveram, por isso mesmo, reuniram-se num local amplo, onde todos se pudessem albergar, segundo o velho ditado de que a união faz a força. E, de todos que se lançaram na aventura de escolher o sítio desejado, um delas foi mais feliz, ao descobrir um terreno magnífico, pela grandeza e pelo aspecto natural e paisagístico.
Logo, chamou pelos outros:
“Companheiros! Aqui séra o nosso Campo Maior! Nele poderemos caber à vontade e dele faremos um reduto contra os nossos inimigos!”

Foi unânime a aceitação das restantes famílias. E nasceu, pois, para o terreno encontrado e povoado ( que depressa se começou a desenvolver) o próprio nome de Campo Maior.

Ouguela é uma aldeia que pertence ao Concelho de Campo Maior, Freguesia de São João Baptista, acerca da qual também se contam várias lendas. Eis algumas delas:

Lenda de Nossa Senhora da Enxara

Diz a tradição que estava uma mulher da vila a lavar a roupa no rio, acompanhada por uma filha pequena. A dado passo, a criança afastou-se para brincar, e, pouco tempo depois regressou trazendo um brinco em ouro que disse ter sido ofertado, para brincar, por uma senhora muito bonita.
A mãe acompanhou a criança ao local onde esta disse estar a Senhora, e lá se deparou com a imagem de Nossa Senhora sobre uma pedra redonda que ainda hoje se encontra na capela. Espalhada a notícia do achado, a população acorreu em massa e devotadamente transporta para a vila a Imagem, decidindo erigir uma capela na margem direita do rio, a meio caminho entre a citada pedra e a vila. Porém, todas as manhãs a imagem desaparecia e voltava a surgir sobre a pedra em que originalmente havia sido vista. Concluiram então ser esse o local escolhido para nele erguerem a Capela.

Lenda da Pedra

Além da lenda que está ligada à construção da Capela de Nossa Senhora da Enxara, há a registar uma outra relacionada com a mesma Santa que diz respeito á pedra redonda sobre a qual está assente, dentro da Capela a imagem Santa.
Diz o povo que quando não havia água nem chovia, se realizava uma cerimónia, um ritual em que os habitantes deitavam, por preces a pedra ao rio, para que a Nossa Senhora fizesse chover. Tal acontecia, procedendo-se então ao ritual inverso que consistia em retirar a pedra do rio, colocá-la novamente na Capela e sobre ela recolocar a imagem.

Lenda do Tamborzinho

No campo militar, refere-se que, estando Ouguela cercada durante uma guerra, não se sabe qual, e não havendo possibilidade de contactar Campo Maior para pedir reforços, uma criança desceu pela figueira que se encontra ainda hoje pegada á muralha do castelo, transportando consigo a Bandeira e uma mensagem escrita. A criança que costumava brincar com um tamborzinho, conseguiu ultrapassar as linhas inimigas sem levantar suspeitas e correu até Campo Maior onde entregou a mensagem no hospital.
Esta lenda é hoje conhecida pela lenda do “Tamborzinho” e julga-se ter origem num facto real, náo se conseguindo estabelecer a época em que o mesmo terá acontecido.

Lenda da Cruz do Galindo

Conta a história que na era de 1475, Ouguela foi tomada pelos castelhanos, travando-se então uma célebre batalha entre Portugal e Castela, a batalha de Toro que permitiu o regresso á Coroa Portuguesa da Vila.
Esta batalha deu-se no lugar de Ouguela, entre João da Silva, camareiro-mor do príncipe D.João II e João Fernandes Galindo, alcaide-mor de Alburquerque, em Espanha.
Do encontro morreram ambos, João Fernandes Galindo logo, e João da Silva aos vinte e oito dias depois, sem que houvesse mais derrame de sangue de ambas as partes.
Diogo da Silva, bisneto de João da Silva, passando por Ouguela, mandou fazer a referida Cruz na Era de 1551, encontrando-se esta actualmente no museu de Elvas.
Julga-se que esta Cruz estaria colocada perto da confluência do Abrilongo com Xévora, no local onde se teria travado o combate singular entre os dois capitães. O pedestal desta Cruz foi encontrado aquando da remodelação do castelo durante a recente década de 70.